Bertioga dá pontapé inicial em projeto piloto de gerenciamento de resíduos sólidos

6 de julho de 2018

Bertioga dá pontapé inicial em projeto piloto de gerenciamento de resíduos sólidos

Na manhã desta sexta-feira (06), uma visita técnica às instalações da planta-piloto de gerenciamento de resíduos sólidos de Bertioga marcou o início de projeto pioneiro para tratamento de resíduos sólidos no Estado de São Paulo, que poderá dar solução a nível regional e estadual à problemática do lixo urbano.

 

Por meio de parceria da Prefeitura de Bertioga com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), o Centro de Gerenciamento e Beneficiamento de Resíduos da Cidade recebeu três equipamentos: uma máquina para semimecanização do sistema de triagem dos recicláveis, um biodigestor e um incinerador.

 

RECICLOS

 

O projeto, chamado de “RECICLOS”, engloba toda a cadeia do resíduo sólido domiciliar, desde a mudança na forma de segregação na origem.

 

Os resíduos sólidos envolvidos no projeto estão sendo coletados em uma área amostral da Cidade. Cerca de 500 residências do trecho entre as ruas Ayrton Senna, Estevão da Costa e John Wolthers e Avenida Anchieta que não recebem mais a visita do caminhão de lixo na modalidade porta a porta para coletar o descarte.

 

No local, a coleta dos resíduos é realizada em 03 frações: orgânico, rejeito e o reciclável. Foram instaladas 14 duplas de contêineres com capacidade de mil litros para coleta de resíduos, sendo os de sinalização verde para os orgânicos e os recipientes cinza para rejeitos não aproveitáveis. Já para os recicláveis, há quatro pontos de descarte, com capacidade para 2.500 litros e sinalização na cor azul.

 

Desde o início de junho, moradores e comerciantes devem despejar de forma correta os materiais descartados diretamente nos contêineres.

 

OS EQUIPAMENTOS

 

Os novos equipamentos aumentarão a capacidade de reciclagem de resíduos sólidos da Cidade, que já é a que mais recicla entre os municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, cerca de 3,5% de todo o lixo produzido.

 

Separadora mecânica – Os equipamentos devem aumentar em 40 toneladas a capacidade de separação de resíduos para reciclagem, passando para 120 toneladas por mês. O resíduo é colocado na esteira, que entra em um rasga-saco, deixando os resíduos soltos, após é direcionado por meio de uma esteira para o separador mecânico, chamado de trommel, que é composto por peneiras. O material retido na peneira segue para uma esteira onde serão triados pelos 31 cooperados da Cooperativa de Reciclagem de Sucatas União Bertioga (COORB). Todos os resíduos sólidos recicláveis coletados vão para cooperativa, gerando renda.

 

Biodigestor – Trata matéria orgânica, reduzindo seu volume em até 70%. No final do processo, há dois produtos: um composto para ser usado em áreas verdes da Cidade e a produção de BIOGÁS (biogás será enviado a um gerador que o transforma em energia). O equipamento deve produzir biogás suficiente para manter o funcionamento dos equipamentos e do Terminal do Centro de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Bertioga.

 

Incinerador – Com capacidade para incinerar cinco quilos de rejeitos/hora (materiais que não podem ser reciclados, como papel higiênico, absorventes e fraldas). Na operação do sistema será acoplado o laboratório móvel com sensores e medidores para analisar os gases emitidos em todo o processo.

 

A intenção do projeto é aprofundar estudos para que esse sistema de coleta seja expandido para todo o Município. Na primeira semana de julho, a Prefeitura e o IPT realizaram um estudo de “gravimetria”, que analisa como a separação está sendo feita na área amostral. No mês de agosto, a Prefeitura e o IPT farão o 1º Forum de Resíduos Sólidos de Bertioga. Na oportunidade, serão apresentados os primeiros resultados do projeto.

 

Segundo a diretora do Centro de Tecnologia Geoambientais do IPT, o projeto faz parte de um programa de apoio aos municípios na gestão de resíduos.

 

Ela conta que Bertioga foi indicada há três anos para sediar o piloto por ser uma cidade que apresenta muita sustentabilidade ambiental e ser modelo no programa estadual Município Verde Azul.

 

“A ideia é que a planta sirva de modelo e exemplo, trazendo dados, parâmetros e informação para a criação de um sistema para a região como um todo”, explica.

 

Na opinião do secretário de Meio Ambiente de Bertioga, é um privilegio para o Município sediar o projeto. “A Cidade foi escolhida entre todas da Baixada Santista, por ter bom ambiente físico e estrutural de coleta seletiva desde 2010. Essa escolha agrega e fortalece o trabalho feito na Cidade”.